sexta-feira, 22 de abril de 2016

Rio Verde: os impactos do desligamento pelos olhares de Carmen, Francione e Paulo César

Este post é o último de uma série que mostra os impactos do desligamento do sinal analógico de TV na cidade de Rio Verde, a partir do olhar de líderes comunitários, parceiros do Núcleo de Mobilização da EAD e da população em geral.

Carmen Lúcia Araújo, há algum tempo, estava preparada para o desligamento, mas não sabia. Por isso, logo que recebeu o kit conversor da EAD, apesar de ter um aparelho de TV digital, conectou o conversor à sua TV. Resultado: ela só conseguia sintonizar três canais. "Eu instalei os dois juntos, pois nem sabia que só com a antena ia pegar", conta. Ao receber essa notícia, durante uma visita do líder comunitário Tetê (bairro Vila Mutirão), ela decidiu doar o conversor para alguém que ficou sem o sinal de TV.


Francione Medeiros é líder comunitária do bairro Nilson Veloso II, formado, principalmente, por habitações construídas sob financiamento do programa do governo federal, Minha Casa, Minha Vida. Apesar de ter quatro filhos pequenos em casa, durante duas semanas, ela abriu as portas da sua casa e contribuiu com os mutirões de agendamento realizados pelos líderes comunitários de Rio Verde, e ajudou muitas famílias do seu bairro, principalmente idosos e pessoas com deficiência, no processo de conversão para o sinal digital. O marido de Francione, que é presidente do bairro, e a irmã também deram uma grande contribuição ao projeto. 

A líder comunitária, no vídeo abaixo, conta um pouco como foi a sua atuação no projeto de mobilização da EAD. Ela descreve, por exemplo, a reação das pessoas ao descobrirem que receberiam o kit da EAD: "A reação era de muita felicidade. Elas vinham aqui, a gente entrava no site, fazia o agendamento, quando elas saíam com o protocolo, saíam radiantes". A líder também desabafa que ficava triste pelas pessoas que a procuravam, mas não constavam na lista para saber os equipamentos. "Depois do desligamento, a gente percebeu que teve bastante gente que ficou triste porque não conseguiu", observa. Para ela, a TV digital trouxe muitos benefícios para a população. "Melhorou bastante, a imagem é outra coisa. Não tem nem comparação. Aquele chuvisquinho já era. Agora é só digital", comemora.
 

Francione: Aquele chuvisquinho já era. Agora é só digital.

Essa é a mesma opinião de Paulo César de Oliveira, presidente do bairro Liberdade. Ele, assim como Francione, colaborou com o Núcleo de Mobilização da EAD. "As pessoas estão amando a TV digital, essa era, essa modernidade", diz. "Foi uma honra fazer parte desse grande projeto. A ideia da realização dos agendamentos na casa de presidentes de bairro foi excelente. Chamou a população para junto de nós, os presidentes de bairro sabem como é a comunidade, como vive a comunidade", continuou. Além destas declarações, no vídeo abaixo, Paulo faz um relato sobre as dificuldades encontradas por ele durante a fase de agendamento e traz uma avaliação de como a população se relacionou com o processo de migração para o digital. "A nossa maior dificuldade foi a falta de interesse da população referente ao kit conversor que tinha direito, mas a partir do momento que nós começamos a fazer o mutirão, a população veio ate nós buscar maiores informações. Depois desse momento, foi uma grande revolução nos agendamentos, a população se interessou mais e ficou mais à vontade para saber se tinha direito ou não ao conversor. Nós vimos que as pessoas não estavam preocupadas, porque sabiam que ia prorrogar. Com o desligamento, elas se tocaram que isso é verdade. Agora é correr atrás", analisa Paulo.


Deixamos aqui o nosso agradecimento aos líderes comunitários e às pessoas que colaboram conosco na construção da série "Rio Verde: os impactos do desligamento", trazendo diferentes olhares e, consequentemente, nos dando subsídios para a realização das próximas etapas do projeto de desligamento do sinal analógico, a serem realizadas em várias cidades do Brasil, nos próximos dois anos.

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