segunda-feira, 18 de abril de 2016

Rio Verde: os impactos do desligamento pelo olhar de Shirley e de Sebastião

Este post faz parte de uma série que mostra os impactos do desligamento do sinal analógico de TV na cidade de Rio Verde, a partir do olhar de líderes comunitários, parceiros do Núcleo de Mobilização da EAD e da população em geral.

 

Shirley da Paixão ficou sem ver TV, pois, como está desempregada, não teve condições financeiras para comprar o conversor. Além disso, como transferiu recentemente para Rio Verde o seu benefício Bolsa Família, ficou impossibilitada de receber o kit da EAD. No vídeo abaixo, a jovem explica como a televisão faz falta em seu cotidiano, e diz sentir falta, principalmente, de assistir novelas. Shirley nos conta que tinha esperança de que o sinal analógico não fosse desligado, o que não aconteceu: "Eu ficava meio na dúvida, pensei que talvez, quando chegasse o dia, eles pudessem não desligar, mas, infelizmente, desligou", lamenta.

Shirley: "É muito ruim ficar sem TV. A única diversão que
a gente tem aqui é ver TV. Não dá para sair, porque é perigoso".

Sebastião de Souza, presidente do bairro Jardim Helena, encontrou outros casos como o de Shirley, ou seja, de pessoas que não acreditavam que o desligamento ocorreria e de famílias com o NIS (Número de Identificação Social) cadastrado em outros estados, que também não puderam receber o kit da EAD, pois um dos pré-requisitos para receber o kit é ter o NIS cadastrado na cidade onde vai acontecer o desligamento do sinal. Sebastião foi um dos líderes de Rio Verde que colaboraram com o Núcleo de Mobilização da EAD, ajudou vizinhos, principalmente idosos, a realizarem agendamentos para a retirada do kit e a instalar as antenas digitais. "É muito gratificante, você se sente bem com você mesmo. Você vê nos olhos das pessoas a alegria de estar recebendo o kit, pois é muito caro para comprar diretamente numa loja", observa. O único problema técnico que o líder comunitário identificou após o desligamento foi a falha na recepção do sinal digital em alguns domicílios do seu bairro, devido ao posicionamento inadequado de antenas, como ele mesmo constatou. Sebastião aproveitou para falar da importância da participação do líder comunitário em nosso projeto: "Nem o vereador tem o conhecimento do que é a população do setor, e o líder comunitário conhece a dificuldade de cada um".

Sebastião: A televisão é fundamental, principalmente para nós da periferia.

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