quarta-feira, 4 de maio de 2016

Escuta Jovem Digital debate linguagem do jovem do DF e entorno


No último dia 15 de abril, a equipe de mobilização da EAD realizou a "Escuta Jovem Digital", a fim de entender as diferentes linguagens empregadas na periferia do DF e entorno e as especificidades culturais das cidades. Para o encontro, Marquinho Soares, coordenador de Diálogos Comunitários da equipe de Mobilização da EAD, convidou Larissa Gonçalves, Natanael de Souza, Wilsomar de Araújo Júnior e o prof. Geldo de Araújo, todos integrantes da TV Reflexo Digital, um canal comunitário on-line que nasceu dentro do Centro de Ensino Médio 111, escola pública situada na região administrativa de Recanto das Emas. O projeto, coordenado pelo prof. Geldo de Araújo, utiliza a metodologia da Educomunicação para gerar um espaço digital dedicado a produzir e compartilhar conteúdos audiovisuais produzidos por jovens, alunos e ex-alunos da escola. O professor Wellington Corrêa, integrante do Instituto Sobradinho de Desenvolvimento Social da Fercal, também participou da escuta.

Cecília Zanoti, gerente de mobilização da EAD, aplicou uma
dinâmica corporal para facilitar a integração do grupo durante a escuta.
Já Marquinho Soares, coord. de Diálogos Comunitários,
usou a música para levar a sua mensagem aos jovens.
Larissa Gonçalves: "Toda cidade vai ter uma figura emblemática que tem um impacto 
na população e que pode ser um porta-voz para vocês e, ainda, falar a nossa língua".
Júnior: apesar do DF ser um quadradinho, tem uma diversidade gigantesca, e ainda
permite certas ligações, que em São Paulo, por exemplo, seriam difíceis.
Para Patrícia Mazoni, considerar esse olhar  dos jovens vai ser
fundamental para 
tenhamos uma maior assertividade em nossas ações. 
A minha participação foi para falar um pouco sobre as características e serviços
da TV  digital, e muitos deles ainda eram desconhecidos pelos jovens da escuta.

Algumas dicas dos participantes para a equipe de mobilização:

- Antes de organizar qualquer ação, sempre considerar que a população do Plano Piloto tem um perfil diferente da periferia do DF;

- Tomar cuidado com o uso de algumas nomenclaturas, como a palavra “favela”, que quase não se usa  para se referir às comunidades locais;

- Para gerar o maior engajamento dos jovens ao nosso projeto, procurar destacar outras vantagens da TV digital, além do discurso da qualidade de som e imagem, e enfatizar que o desligamento do sinal analógico vai ampliar a tecnologia 4G e melhorar a internet no Brasil;

- Pedir o apoio de coletivos jovens ligados a movimentos culturais, tais como: Jovem de Expressão, Frente Feminista Periférica, Skate Park, Fórum do Rock (Sobradinho), Fuleragem e grupos ligados ao rock, hip-hop, punk, hardcore, reggae e a saraus. Os saraus geralmente são organizados por jovens e têm se disseminado bastante. São espaços onde eles se expressam e conversam sobre os temas relevantes para as comunidades;

- Pedir apoio dos conselhos comunitários e conselhos de segurança para a nossa atuação nas periferias;

- Utilizar as redes sociais para se comunicar com a população;

- Procurar os CCIs (Centros de Convivência do Idoso) para o desenvolvimento de atividades voltadas a idosos. 

Algumas expressões locais

“Condomínios” – lugares fechados compostos por casas (não se utiliza a palavra para se referir a apartamentos, como nos grandes centros)
Meu bloco – meu prédio (apartamento)
Minha quebrada - meu bairro
Minha quebra (Recanto das Emas) – meu bairro
Comunidade – meu bairro
Gatonet – TV a cabo ou satélite pirata
Véi!
Pode crer, mano!
Ôxe!
Caraca!
Tá ligado?
Se pá (se rolar) – expressão utilizada em Brasília
Favela (a palavra se utiliza com mais frequência em Ceilândia e Sobradinho)
Cidades – refere-se às "regiões administrativas". O resto é entorno. (Obs.: falar que alguém mora numa "cidade satélite", pode ser considerado uma ofensa.)

Obs.: no DF as escolas públicas são conhecidas por um número

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