quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Alunos de Medicina da UniRV realizam mutirão em prol da TV digital - Histórias de Rio Verde

Nesta manhã, um grupo de 21 alunos do curso de Medicina da Universidade Rio Verde (UniRV), sob a coordenação da enfermeira Arminda Oliveira, realizou um mutirão com foco na TV digital para orientar famílias atendidas pela Estratégia de Saúde da Família do bairro Vila Mariana. 
Alunos de Medicina da UniRV são nossos multiplicadores e estão 
 comprometidos com a tarefa de ajudar a população de Rio Verde.
Entre os moradores beneficiados pelo mutirão estava o casal Edselma Guimarães e Geraldo Ferreira. Eles haviam comprado o conversor recentemente e não conseguiam sintonizar os canais digitais. Como o estudante Lucas Magalhães não conseguiu identificar o porquê do problema durante a visita, levamos um antenista até a residência do casal. Ele descobriu que o problema era devido à conexão errada dos cabos e ao posicionamento da antena, que estava direcionada para o lado contrário dos transmissores. Quando viu a nova imagem da sua TV, seu Geraldo ficou surpreso e agradeceu o nosso apoio. "Vale muito, muito a pena, porque a imagem e o som ficam melhores. O analógico já acabou, no dia 29 desliga tudo. É outra vida", comemorou. 

                     Lucas visitou o casal Edselma e Geraldo e pediu a nossa ajuda para resolver o problema.

O antenista da EAD resolveu os problemas da TV de seu Geraldo...
... Fez a busca de canais e conseguiu localizar os canais digitais.
Seu Geraldo ficou muito satisfeito com a TV digital.

Nathália foi voluntária da EAD por um dia, e decidiu
seguir como multiplicadora do assunto em outros projetos.
No final da manhã, conversamos com a estudante Nathália Marques, que descreveu como foi a sua experiência no projeto. "Eu achei que valeu muito, sim, a nossa participação. Muita gente não tinha informação, e acreditava que só de ter a TV e não ter a antena estava tudo bem. Por outro lado, eu fiquei até surpresa, pois muitas pessoas estavam sabendo o que estava acontecendo, só não tinham condições de migrar para o digital, como foi o caso de um velhinho que visitei. O caso me chamou a atenção porque achei ele meio largado pela família, tendo como única companhia a televisão, e não tem como migrar para o digital, pois não possui renda fixa, faz apenas uns bicos como chaveiro para se sustentar. Acho que esse projeto realmente faz a diferença, se não tivesse isso talvez menos pessoas teriam aderido à migração, é menos informação. Encontrei, por exemplo, gente que já tinha pego o conversor e não sabia como instalar, pois não estava entendendo direito o que acontecia. E as pessoas vão deixando de lado, até que alguém venha e fale o valor que a TV digital tem. E isso não é muito enfatizado nas propagandas de TV e rádio."

O estudante Ayalla Vilela Souza também disse ter gostado bastante da experiência que viveu junto à comunidade, e reconheceu a importância dos mutirões da EAD. "Eu achei muito interessante, pois, mesmo com as propagandas falando que o sinal da TV analógica será cortado, a maior parte da população não entende totalmente o que está acontecendo. Por exemplo, a gente passou na casa de uma senhorinha que achou que por ter uma TV plana – a dela foi fabricada antes de 2010 – já tinha TV digital, e não tinha. Encontramos também uma outra senhora que, mesmo com o sinal digital, aparecia o "A" na propaganda, e ela achava que a TV era analógica ainda. Então a gente passou esclarecendo as dúvidas nas casas, e todo mundo foi muito educado, hospitaleiro. O corpo a corpo realmente faz a diferença", reforçou.

Os frutos dos mutirões: quando o nosso trabalho faz ainda mais sentido 


Solange não tinha esperanças de receber o kit conversor da EAD.
Paralelamente ao mutirão dos estudantes, acompanhamos, na mesma ESF, a agente de saúde Ana Teodora Souza, numa visita à casa de Solange Fernandes. Chegamos numa vila onde vivem várias famílias de origem cigana, e as condições são muito precárias. Solange é muda e o marido, surdo. Mesmo com muita dificuldade, Ana conseguiu se comunicar com Solange e percebeu que ela estava com dificuldade para entender o processo de mudança para a TV digital. Uma parente de Solange nos contou que ela havia sido beneficiária do Bolsa Família, mas como o benefício havia sido suspenso há alguns meses, ela pensava que não poderia receber o kit conversor. Com o seu cartão Bolsa Família em mãos, decidimos ligar para o 147 para tirar essa dúvida. Para a nossa grande surpresa, o nome de Solange estava na lista para receber o kit conversor da EAD.

Ana tenta se comunicar com paciente para falar sobre a TV digital...
E explica que como a TV de Solange é analógica, precisará de um conversor.
"Eles são de origem cigana, ainda carregam muitos valores, apesar de já terem casas fixas. São muito humildes, as mulheres só podem estudar até certa idade, então não são qualificadas para o trabalho. Ela e o marido sobrevivem com muita dificuldade, e o esposo também não possui qualificação profissional. Solange ficou muito feliz com a notícia, pois disse que não teria condições financeiras para comprar um conversor", contou Ana, emocionada em ter conseguido ajudar.

Solange agendou a retirada do conversor logo para o dia seguinte. 
O outro momento emocionante do dia foi a visita que fizemos à família de dona Mafalda Lima, a pedido da técnica de enfermagem Hélia Mendes, que é da equipe de voluntários da EAD, na ESF do bairro Anhanguera. Hélia pediu que fôssemos até a casa dessa senhora cuja filha havia repassado o kit conversor da EAD – pois já tinha TV digital, mas estava com problemas para instalá-lo e não tinha dinheiro para pagar um antenista. "A minha filha emprestou o conversor e a antena, pois eu não ia poder comprar. Aí meu genro tentou instalar o kit e não conseguiu ajustar o sinal, e eu ia ter que esperar, pois estou sem condições financeiras", explicou dona Mafalda. 

A família vive numa situação muito difícil, pois gasta a maior parte da renda com remédios. Dona Mafalda teve câncer de mama e faz acompanhamento médico constante, o marido é deficiente visual, e com eles mora a filha Angélica de Souza Oliveira, que possui deficiência intelectual e passa a maior parte do seu tempo vendo TV. A história sensibilizou a nossa voluntária e decidimos ir até a casa da família com o nosso antenista. Ao chegarmos, descobrimos que o casal já havia sido entrevistado por este blog, no dia 21 de outubro, durante uma visita que fizemos ao projeto "Ginástica Laboral para a Terceira Idade" do CRAS Dom Miguel. Veja aqui. Para a alegria de nossa voluntária e da família de dona Mafalda, o nosso antenista Marcílio Guedes conseguiu resolver o problema. 

 
Dona Mafalda e a filha Angélica ficaram muito contentes com o novo sinal de TV.
Dona Hélia ficou emocionada em poder ajudar dona Mafalda.
Marcílio ensinou  aos netos de dona Mafalda como sintonizar a TV...
... e como acessar os serviços de interatividade. 
A família ficou surpresa em conhecer as ferramentas interativas da TV digital,
principalmente os aplicativos do Bolsa Família e de vagas de emprego.
Seu Josino gostou de saber que algumas  funções do conversor têm audiodescrição.
Mais tarde, visitamos a casa de uma senhora que havia comprado uma TV digital, mas não conseguia acessar o sinal digital de TV. Ao chegarmos lá, descobrimos que o problema era muito simples, ela havia conectado os cabos equivocadamente, plugando o cabo da TV terrestre na entrada da TV a cabo.

Como se vê, neste momento de transição, problemas simples parecem complicados, dependendo da situação. Por isso, a atuação dos nossos voluntários é essencial, à medida que olham de modo sensível para cada situação e trabalham pela busca de soluções.

Final do dia, missão cumprida. Que venham os próximos desafios!

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