No último dia 15 de abril, a equipe de mobilização da EAD realizou a "Escuta Jovem Digital", a fim de entender as diferentes linguagens empregadas na periferia do DF e entorno e as especificidades culturais das cidades. Para o encontro, Marquinho Soares, coordenador de Diálogos Comunitários da equipe de Mobilização da EAD, convidou Larissa Gonçalves, Natanael de Souza, Wilsomar de Araújo Júnior e o prof. Geldo de Araújo, todos integrantes da TV Reflexo Digital, um canal comunitário on-line que nasceu dentro do Centro de Ensino Médio 111, escola pública situada na região administrativa de Recanto das Emas. O projeto, coordenado pelo prof. Geldo de Araújo, utiliza a metodologia da Educomunicação para gerar um espaço digital dedicado a produzir e compartilhar conteúdos audiovisuais produzidos por jovens, alunos e ex-alunos da escola. O professor Wellington Corrêa, integrante do Instituto Sobradinho de Desenvolvimento Social da Fercal, também participou da escuta.
Cecília Zanoti, gerente de mobilização da EAD, aplicou uma dinâmica corporal para facilitar a integração do grupo durante a escuta. |
Já Marquinho Soares, coord. de Diálogos Comunitários, usou a música para levar a sua mensagem aos jovens. |
Larissa Gonçalves: "Toda cidade vai ter uma figura emblemática que tem um impacto
na população e que pode ser um porta-voz para vocês e, ainda, falar a nossa língua".
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Júnior: apesar do DF ser um quadradinho, tem uma diversidade gigantesca, e ainda permite certas ligações, que em São Paulo, por exemplo, seriam difíceis. |
Para Patrícia Mazoni, considerar esse olhar dos jovens vai ser fundamental para tenhamos uma maior assertividade em nossas ações. |
A minha participação foi para falar um pouco sobre as características e serviços da TV digital, e muitos deles ainda eram desconhecidos pelos jovens da escuta. |
Algumas dicas dos participantes para a equipe de mobilização:
- Antes de organizar qualquer ação, sempre considerar que a população do Plano Piloto tem um perfil diferente da periferia do DF;
- Tomar cuidado com o uso de algumas nomenclaturas, como a palavra “favela”, que quase não se usa para se referir às comunidades locais;
- Para gerar o maior engajamento dos jovens ao nosso projeto, procurar destacar outras vantagens da TV digital, além do discurso da qualidade de som e imagem, e enfatizar que o desligamento do sinal analógico vai ampliar a tecnologia 4G e melhorar a internet no Brasil;
- Pedir o apoio de coletivos jovens ligados a movimentos culturais, tais como: Jovem de Expressão, Frente Feminista Periférica, Skate Park, Fórum do Rock (Sobradinho), Fuleragem e grupos ligados ao rock, hip-hop, punk, hardcore, reggae e a saraus. Os saraus geralmente são organizados por jovens e têm se disseminado bastante. São espaços onde eles se expressam e conversam sobre os temas relevantes para as comunidades;
- Pedir apoio dos conselhos comunitários e conselhos de segurança para a nossa atuação nas periferias;
- Utilizar as redes sociais para se comunicar com a população;
- Procurar os CCIs (Centros de Convivência do Idoso) para o desenvolvimento de atividades voltadas a idosos.
Algumas expressões locais
“Condomínios” – lugares fechados compostos por casas (não se utiliza a palavra para se referir a apartamentos, como nos grandes centros)
Meu bloco – meu prédio (apartamento)
Minha quebrada - meu bairro
Minha quebra (Recanto das Emas) – meu bairro
Comunidade – meu bairro
Gatonet – TV a cabo ou satélite pirata
Véi!
Pode crer, mano!
Ôxe!
Caraca!
Tá ligado?
Se pá (se rolar) – expressão utilizada em Brasília
Favela (a palavra se utiliza com mais frequência em Ceilândia e Sobradinho)
Cidades – refere-se às "regiões administrativas". O resto é entorno. (Obs.: falar que alguém mora numa "cidade satélite", pode ser considerado uma ofensa.)
Obs.: no DF as escolas públicas são conhecidas por um número
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