Este post faz parte de uma série que mostra os impactos do desligamento do sinal analógico de TV na cidade de Rio Verde, a partir do olhar de líderes comunitários, parceiros do Núcleo de Mobilização da EAD e da população em geral.
Dona Divina Lima ficou sem ver TV. Ela conta que, embora tenha sido bem informada sobre o desligamento, não teve condições de adquirir um conversor. A aposentada lamenta por isso, pois afirma que a televisão é a sua companhia, principalmente devido a problemas de saúde que a impedem de sair de casa com frequência. "Eu deito na cama e vou assistir. Não tem nada para me divertir", enfatiza. Agora, segundo conta, a sua TV só serve para os filhos assistirem a filmes em formato DVD. Como não terá condições imediatas para se digitalizar, dona Divina diz que passará a se dedicar com mais frequência ao seu hobby predileto: pescar.
Dona Divina: "Eu deito na cama e vou assistir (TV). Agora vou ter que pescar!
A pedido de dona Divina, Geraldo Neto, presidente do seu bairro, Promissão, tentou ajudá-la a realizar o agendamento para a retirada do kit conversor da EAD, mas não obteve êxito, pois ela não está inscrita no Cadastro Único. O líder de um dos bairros mais carentes de Rio Verde, entretanto, ajudou mais de seiscentas pessoas, principalmente idosas, com os agendamentos. Ele aceitou o convite do Núcleo de Mobilização da EAD para apoiar a sua comunidade no processo de migração para o sinal de TV digital, e diz que participar do nosso projeto o ajudou a se aproximar ainda mais de sua
comunidade e a ajudar quem realmente precisa. "A comunidade sempre sabe onde mora o líder. Foi uma alegria
poder receber a comunidade em minha casa. Eu cheguei a ganhar um queijo de uma senhora que consegui o agendamento para ela. Ela me deu um queijo de alegria", compartilha. Para Geraldo, o carro de som foi muito importante para que ele pudesse divulgar às famílias que abriria as portas da sua casa para realizar agendamentos e esclarecer dúvidas.
No vídeo abaixo, além de contar em detalhes essa experiência como mobilizador da EAD, ele também fala dos desafios enfrentados ao longo do processo. O líder comunitário cita, por exemplo, que identificou vários casos de instalação equivocada de antenas e ainda constata que idosos são as pessoas que têm mais dificuldade em comprar
conversores. Sobre o dia do desligamento do sinal analógico, ele diz ter notado que alguns vizinhos incrédulos foram pegos de surpresa. "Só assim caiu a ficha das pessoas", observa. "Elas não ficaram tristes, mas preocupadas em como adquirir os conversores. Voltou o televizinho. As pessoas estão indo ver TV na casa das outras", dispara.
Geraldo Neto: "É de suma importância que as pessoas mudem,
pois, querendo ou não, uma
hora vai chegar o desligamento,
assim como chegou em nossa cidade.
E, hoje,
Rio Verde é uma cidade digital".
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